segunda-feira, 30 de março de 2020

O século XXI emerge com a efervescência de novos movimentos sociais: os movimentos antiglobalização, anticapitalista, Occupy Wall Street, a “primavera árabe”, as ocupações das praças e escolas por jovens estudantes, movimentos pela mobilidade urbana e, no Brasil, com as “jornadas de junho” em 2013. São movimentos sociais ressignificados, horizontalizados, de ação direta, com agenda clara e específica ligadas a direitos sociais fundamentais: educação, saúde, transporte. Desses eventos, ressurgem elementos do tradicional pensamento anarquista, ressurgem movimentos que lembram o anarquismo histórico, seja lá o que isso signifique.
Concomitantemente, novas pesquisas, novas reflexões, novas abordagens, novos temas, novos recortes, novos sujeitos e outros tantos nem tão novos assim, começaram a refletir e elaborar sobre as aproximações entre o pensamento e a prática anarquista ao longo da história com demandas atuais, como as questões de gênero, especismo, questões ambientais e aquecimento global, discussões pós e decoloniais, raciais e étnicas. Há pesquisas e estudos que sistematizam a contribuição anarquista histórica pra essas questões e vice versa, que articulam a contribuição atual dessas questões ao pensamento anarquista. Em uma outra seara, porém não isolada, há pesquisas sobre as experiências de autogestão e formas horizontais e autônomas de gestão, como as fábricas recuperadas na Argentina e em movimentos e movimentações sociais nesse século. Há ainda o desafio do pensamento e do movimento anarquista diante do levante conservador recente, com destaque para apropriação do discurso libertário pelos ultra liberais, com o chamado anarco-capitalismo, por exemplo. Aqui, pesquisadores enfrentam o desafio entre a crítica à conciliação de classes proposta pelas esquerdas que foram vitoriosas recentemente (se expondo à traição) e a cooptação do discurso anarquista pela ultra direita e pelos neoliberais.
Nesse sentido, convidamos pesquisadores e pesquisadoras para contribuir com o debate tão pertinente atualmente. E lembramos que a seção Resenhas está aberta a publicações de mestrandos !
Por favor, divulguem!
Saudações,
Profa. Dra. Ana Paula Palamartchuk (História-UFAL)
Profa. Dra. Claudia F. Baeta Leal (Programa de Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural-IPHAN)
Obs.: Normas para publicação: consultar site; prazo de envio dos artigos a depender da programação da revista. http://www.seer.ufal.br/index.php/criticahistorica

Nenhum comentário:

Postar um comentário