segunda-feira, 10 de setembro de 2018

ARCABOUÇO ACADÊMICO| Sábado Resistente: Abertura dos arquivos - Brasil e Paraguai

Memorial da Resistência debate sobre a abertura dos arquivos no Brasil e Paraguai e sua contribuição para o cumprimento das recomendações das Comissões da Verdade
Evento terá participação do diretor de Verdade, Justiça e Reparação da Defensoria del Pueblo do Paraguai, da supervisora do Arquivo Edgard Leuenroth e do Assistente da Direção do Arquivo Nacional

No dia 15 de setembro, o Memorial da Resistência, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, realizará mais uma edição do Sábado Resistente, projeto realizado em parceria com o Núcleo de Preservação da Memória Política. O evento acontece às 14h00, com um interessante debate sobre o papel dos arquivos, no Brasil e no Paraguai, para o cumprimento das recomendações das Comissões da Verdade que ocorreram em ambos os países.
Depois de muitos anos mantidos em segredo, os arquivos produzidos durante as ditaduras de Alfredo Stroessner no Paraguai quanto durante os 21 anos da ditadura civil-militar no Brasil se tornaram conhecidos pela sociedade civil e foram denominados “arquivos da repressão”. A existência desses documentos, hoje conhecidos, está relacionada diretamente aos danos causados aos direitos individuais e coletivos dos povos que tiveram atuação destacada no combate e resistência a estes regimes repressivos.
Com a ordem de abertura dos arquivos brasileiros dada em 1991 pelo então presidente Fernando Collor e com a descoberta dos chamados “arquivos do terror” na cidade de Assunção no ano de 1992 , quando extenso material foi encontrado relacionado com a “Operação Condor”, iniciou-se um processo ainda inconcluso de conhecimento dos meandros dos regimes ditatoriais e das violações aos Direitos Humanos ocorridos.
Hoje os arquivos públicos jogam um papel fundamental ao realizar a importante tarefa de construção da memória social. Os documentos, que evidenciam abusos de regimes opressivos, devem ser instrumento para ajudar na construção de uma democracia plena, seguindo as que as recomendações das Comissões da Verdade.

PROGRAMAÇÃO
14h00 – Boas vindas – Marilia Bonas (Memorial da Resistência de São Paulo)
14h15 - Debate

DEBATE
Mediação – Ivan Seixas (Coordenador da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Foz de Iguaçu, ex coordenador da Comissão Estadual Rubens Paiva da Assembleia Legislativa de SP e Fundador do Núcleo de Preservação da Memória Política
Vicente Rodrigues: Mestre em Direito pela UFRJ, membro do grupo de pesquisa do CNPq Trabalhadores e Ditadura Civil, assessor da direção-geral do Arquivo Nacional e autor do livro “Documentos (In)Visíveis: Arquivos da Ditadura Militar e acesso à informação em tempos de justiça de transição no Brasil’’
Rodolfo Rodriguez: Mestre em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Americana. Realizou diversas especializações em Direitos Constitucional com foco nos crimes cometidos contra a humanidade durante a ditadura de Stroessner
Silvia Modena Martini: Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e doutorado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas. Socióloga no Arquivo Edgard Leuenroth, da Universidade Estadual de Campinas, onde supervisiona a Seção de Processos Técnicos e Atendimento.
16h30 – Debate com o público
SERVIÇO
Memorial da Resistência de São Paulo
Endereço: Largo General Osório, 66 – Luz - Auditório Vitae – 5º andar
Telefone: (011) 3335-4990 faleconosco@memorialdaresistenciasp.org.br
Aberto de quarta a segunda (fechado às terças) – das 10h00 às 18h00
Entrada Gratuita
Conteúdo disponível em: events

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

EM CARTAZ | HISTÓRIAS AFRO-ATLÂNTICAS - MASP 

A exposição segue até o dia 21/ 10 / 2018 

Histórias afro-atlânticas apresenta uma seleção de 450 trabalhos de 214 artistas, do século 16 ao 21, em torno dos “fluxos e refluxos” entre a África, as Américas, o Caribe, e também a Europa, para usar a famosa expressão do etnólogo, fotógrafo e babalaô franco-baiano Pierre Verger.
O Brasil é um território central nas histórias afro-atlânticas, pois recebeu aproximadamente 46% dos cerca de 11 milhões de africanos e africanas que desembarcaram compulsoriamente neste lado do Atlântico, ao longo de mais de 300 anos. Também foi o último país a abolir a escravidão mercantil com a Lei Áurea de 1888, que perversamente não previu um projeto de integração social, perpetuando até hoje desigualdades econômicas, políticas e raciais. Por outro lado, o protagonismo brasileiro nessas histórias fez com que aqui se desenvolvesse uma rica e profunda presença das culturas africanas.

Histórias afro-atlânticas parte do desejo e da necessidade de traçar paralelos, fricções e diálogos entre as culturas visuais dos territórios afro-atlânticos—suas vivências, criações, cultos e filosofias. O Atlântico Negro, na expressão de Paul Gilroy, é uma geografia sem fronteiras precisas, um campo fluído, em que experiências africanas invadem e ocupam outras nações, territórios e culturas. 
É importante levar em conta a noção plural e polifônica de “histórias”; esse  termo que em português (diferentemente do inglês) abrange tanto a ficção como a não ficção, as narrativas pessoais, políticas, econômicas, culturais e mitológicas. Nossas histórias possuem uma qualidade processual, aberta e especulativa, em oposição ao caráter mais monolítico e definitivo das narrativas tradicionais. Nesse sentido, a exposição não se propõe a esgotar um assunto tão extenso e complexo, mas antes a incitar novos debates e questionamentos, para que as histórias afro-atlânticas sejam reconsideradas, revistas e reescritas. (conteúdo disponível em : MASP )

Para saber mais acesse AQUI