quarta-feira, 26 de abril de 2017

ARCABOUÇO ACADÊMICO | CHAMADA DE ARTIGOS

1917-2017: Cem Anos da Revolução Russa na América Latina

“As repercussões da revolução de outubro foram muito mais profundas e abrangentes do que as da revolução francesa, pois, se é inegável que as ideias desta última continuam vivas, ao passo em que o bolchevismo desapareceu, as consequências práticas dos sucessos de 1917 foram muito maiores e duradouras do que as de 1789. A revolução de outubro originou o movimento revolucionário de maior alcance já visto na história moderna. Sua expansão mundial não encontra paralelos, desde as conquistas do Islamismo em seu primeiro século de existência”.
(Hobsbawm, Historia del siglo XX. Buenos Aires, Crítica, 1998).

A confluência do auge do capitalismo tardio, da universidade neoliberal, da precariedade do trabalho intelectual, do enfraquecimento do movimento trabalhista, do retrocesso da esquerda latino-americana e dos populismos de ultradireita estimularam a ideia de que as transformações provocadas em diferentes patamares pela Revolução Russa – que afetaram a vida de milhões de seres humanos -, hoje, fazem parte do passado, transformando seu legado em algo anacrônico. O surgimento de tais fenômenos contuibuiu para distorções e mesmo falsificações não apenas da própria Revolução Russa, mas também de sua influência global. Comumente, a experiência revolucionária é tachada com argumentos como, “o poder foi tomado por uns poucos”; “o partido bolchevique substituiu a classe”; “inflingiu-se um terror vermelho sobre aqueles que sustentaram o processo revolucionário, “o bolcheviquismo é o passado”, entre outros.

A consequência imediata disto foi a invisibilização das enormes conquistas da Revolução Russa em termos de questões sociais, culturais e político-economicas. Além disso, a corrosão gradual das contribuições de Lenin, Trostsky e Gramsci à história, sem mencionar o legados das combatentes camponesas; e de Krupskaya, Stassova, Kollantai ou outras mulheres engajadas, como Rosa Luxemburgo.

Mesmo assim, a Revolução Russa influenciou fortemente o continente latino-americano-caribenho com processos resultantes das consequências e resultados da Revolução Mexicana; as manifestações anarquistas das classes operárias do Brasil em 1917 (ver o clássico “1917: O Ano Vermelho”); a rebelião militar socialista Marmaduke Glove (1932), as décadas de lutas, no Chile, que vão desde a Frente Popular (1936-1941) até a Unidade Popular (1970-1973); passando pelas revoluções antiimperialistas na Bolívia (1952), Cuba (1959), Nicarágua (1979-1990) e Granada (1983); as resistências armadas pós-guerras na Nicarágua, El Salvador, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Argentina e Brasil; a revolução bolivariana de Hugo Chávez e o Movimento Sem-Terra, no Brasil; os movimentos estudantis que se seguiram à reforma universitária em Córdoba, Argentina (1918) e perduram nos dias atuais; e os partidos comunistas, socialistas e revolucionários de toda América Latina; além de vários movimentos feministas.

A difusão dos processos e ideias não é linear. Os movimentos populares costumam mesclar diferentes influências (observe-se, por exemplo, o MST). Poderíamos afirmar que a história dos últimos 100 anos responde – de um jeito ou de outro – à influência dos acontecimentos que abriram caminho para a União Soviética. Através dos tempos, emergem variantes marxistas-leninistas, trotskistas e estalinistas, resultando em feminismos distintos; acompanhadas por um espectro de políticas desde a “revolução por etapas”, até sua rejeição por guerrilhas armadas. Normalmente, tais limites são definidos pela questão: Reforma ou Revolução? Derrotadas com certa frequência pelo imperialismo, juntamente com seus aliados neocoloniais, tais experiências buscaram se reconstituir, passando por processos constantes de composição, decomposição e recomposição.

Tensões Mundiais convida à apresentação de artigos para uma edição especial dedicada à uma reflexão crítica do legado da Revolução Russa na América Latina e Caribe, debatendo, por exemplo, múltiplos aspectos da vida social, da cultura, da arte, da educação, das ciências, da saúde, da arquitetura e da política. Solicitam-se artigos voltados aos seguintes temas (sem serem exclusivos):

1. As revoluções latinoamericanas e sua relação com o marxismo soviético (casos de estudo: a praxis histórica da educação, a medicina, as cooperativas, o cinema, as políticas externas, as guerrilhas);
2. Revoluções bem-sucedidas e fracassadas: sua relação com o Outubro Vermelho (dentre outras, a Revolução Mexicana, a Revolução Cubana, a Revolução Sandinista, a Revolução Boliviana);
3. Os feminismos e feministas marxistas: seus projetos sociais depois de Outubro;
4. As classes sociais latino-americanas e sua relação com o Outubro Vermelho;
5. Utopias, Romantismo e Revolução;
6. O marxismo de intelectuais como Mariátegui, Marta Harnecker, Che Guevara, Celia Hart Santamaría: como este marxismo respondeu ao legado de Outubro?
7. O Outubro nos projetos da “Onda Rosada”: socialismo e populismo;
8. Os partidos marxistas na prática política e os caminhos do centralismo democrático.

Por favor, preparem seus artigos originais de acordo com as normas da revista Tensões Mundiais e enviem através do sistema eletrônico, no endereço < http://www.tensoesmundiais.net > . Solicitamos também resenhas de livros relevantes ao tema desta edição. Sugerimos entrar em contato com a equipe a respeito da relevância do texto.

Prazo final para contribuições: 30 de junho de 2017
Data limite para correções: 30 de agosto de 2017
Data de publicação da edição: Outubro de 2017

Contatos:
Camila Costa (português): camila_al_costa@yahoo.com.br
Débora D’Antonio (espanhol): dantoniodebora7@gmail.com
Robert Austin (inglês): r.austin@sydney.edu.au
ACONTECE POR AQUI | PROGRAMA DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR

Dia 06/05 teremos Programa de Enriquecimento Curricular (PEC) da ESP e o tema será "A TEORIA MARXISTA DA DEPENDÊNCIA E SEU LEGADO PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS" com Andrei Chikhani Massa, que é Mestre em Ciências Sociais pela UNIFESP e membro do Grupo de Estudos da Teoria da Dependência.

Quando? Sáb, 06/05 as 10h

terça-feira, 25 de abril de 2017

ARCABOUÇO ACADÊMICO | CHAMADA DE ARTIGOS 

‘África no mundo’ e ‘mundo em África’

O Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA) seleciona contribuições para o Boletim do CODESRIA (ISSN 0850-8712), uma publicação analisada por pares que visa estimular a discussão crítica, bem como encorajar a cooperação na pesquisa entre os investigadores africanistas em torno de debates/questões fundamentais em África. Os artigos podem ser escritos em Português, Inglês ou Francês.

O Boletim do CODESRIA contribui para o estabelecimento de agendas intelectuais e de investigação do/sobre o continente, contribuindo ao mesmo tempo com um saber colaborativo teórico, metodológico, conceptual e interdisciplinar. O boletim é publicado online e em versão impressa e distribuído gratuitamente a todas universidades e instituições de investigação em África e fora dela.

Eixo Temático
Este ano, estamos a (re)imaginar o boletim fazendo uma reflexão crítica e definindo uma agenda de pesquisa ‘futurista’ no que diz respeito à ‘África no mundo’, e ao ‘mundo em África’. Quais são os grandes desafios, e quais deverão ser as questões e debates fundamentais? Que os assuntos temos que aprender/tratar no nosso processo de ‘desenvolvimento’ e que perguntas devemos colocar em relação ao nosso futuro? Estamos interessados em contribuições que se envolvam/reflitam sobre o papel/tarefa da investigação na ‘emergência’ africana, na qual os acadêmicos refletem sobre aquilo que consideram como áreas fundamentais/prioritárias de investigação/questões/assuntos para o futuro de África. Através disto, esperamos despoletar discussões sobre as ideias da nova/futura geração de ideias, acadêmicos/investigadores e projetos/iniciativas.

Prazo para a submissão: 31/10/2017
Mai informações clique aqui
ACONTECE POR AQUI | "LIMA BARRETO: TRISTE VISIONÁRIO

A Profª. Drª. Lilia Katri Moritz Schwarcz, depois de 10 anos de pesquisa, lança uma biografia sobre o autor Lima Barreto, em junho deste ano. E no próximo dia 08 ela estará no auditório da FESPSP conduzindo a palestra “Lima Barreto: triste visionário”, falando sobre o assunto de seu trabalho e muito mais.

Interessante especialmente aos alunos do primeiro ano que estão desenvolvendo temático sobre a obra "Recordações do Escrivão Isaías Caminha", deste autor.

Quando? Seg, 08/05 as 19h
COLUNA | PENSANDO NUM FILME... Por Sofia Cherto

Porque às vezes deveríamos prestar atenção nos que aplaudem ou deixam de aplaudir lá nos EUA
“Moonlight – Sob a luz do luar”


Barry Jenkins não ganhou o Oscar de melhor diretor em 2017, – mas deveria. Aquelas frases tão ditas, como “Não fazem nada novo hoje em dia” ou “Hoje, tudo é cópia” perdem o sentido frente a obras como “Moonlight – Sob a luz do luar”. A última exibição do Cineclube Darcy Ribeiro em parceria com o CAFFESP - Centro Acadêmico Florestan Fernandes (08/04) figurou um longa-metragem que prova a vastidão de potências ainda não exploradas no contexto audiovisual americano, tanto em termos de narrativa quanto de linguagem.

O filme é um estudo de personagem dividido em três atos. Momentos distintos da vida de Chiron, um jovem negro morador de Liberty city, uma comunidade pobre na Miami de 1980, são conectados por um complexo fio condutor: o endurecimento emocional do protagonista. Jenkins e Tarell Alvin McCraney (que escreveu a peça que deu origem ao filme, “In moonlight black boys look blue” – “Na luz da lua, garotos negros parecem azuis”) assinaram o roteiro e fizeram do que poderia ser um problema a potência da película. Magistralmente, escolheram tratar do tema principal de maneira verossímil e sensível através do desenvolvimento da relação de Chiron com três figuras centrais tão tridimensionais quanto ele: Juan (Mahershala Ali), traficante cubano que carrega o peso moral de seu ofício, Paula (Naomie Harris), mãe solteira do protagonista, cliente de Juan e dependente química, e Kevin (Interpretado, respectivamente, por Jaden Piner, Jharrel Jerome e André Holland), seu amigo mais próximo e com quem se envolve intimamente. Como os dois primeiros, este também vive um embate: Ou mantém suas relações com aqueles que oprimem Chiron ou arrisca-se para defendê-lo. 

Mesmo já dito tantas outras vezes durante o bem sucedido processo de divulgação do filme, se faz necessário reafirmar o quanto são raras as ocasiões em que tais temáticas são ovacionadas pela crítica, ou mesmo, conseguem chegar aos cinemas. Filmes que saem dos espaços e grupos geralmente retratados – leia-se: jovens brancos e heterossexuais de classe média – estão atraindo cada vez mais atenção da indústria audiovisual, obviamente, não ao ritmo que deveriam, e ainda com clara restrição temática. Apoiar projetos como “Moonlight” significa, não só uma oportunidade de entrar em contato com um universo cinematográfico ainda não explorado, mas a chance de pressionar comercialmente para o audiovisual brasileiro financiar a produção de roteiros nacionais que retratem de maneira tridimensional e coesa grupos não representados de maneira apropriada na grande mídia.

Acompanhar o sucesso de uma obra escrita e dirigida por “garotos” de Liberty city, estando em um país como o Brasil, é algo único. Justamente Miami, Flórida, terra prometida para determinados grupos sociais locais, é o cenário de uma trama que aborda as feridas da desigualdade de perto, sem deixar de trazer elementos universais que aproximam os tão idealizados Estados Unidos de outros países com problemas semelhantes. A complexidade do tecido social americano também aparece na equipe envolvida e no filme, abrindo outro precedente internacionalmente importante: Um dos sucessos mais estrondosos do ano não tem atores brancos.

A indústria audiovisual, como qualquer outra, segue tendências, mas em meio a essa discussão se faz importante lembrar que o triunfo de “Moonlight” vai muito além dos nomes que ilustram sua ficha técnica. É um filme bem escrito e imersivo com qualidade suficiente para sustentar-se enquanto obra inovadora, e consagrar Jenkins (assista seus outros filmes: “Medicine for Melancholy” (2008) e “My Josephine” (2003)) como um dos grandes diretores do momento. Não só pelo que sua trajetória pessoal representa, e pela história que resolveu contar, mas também, como é de se esperar de um bom filme, como ele o faz.

Em alguns momentos na história, substitui-se o som original de determinados acontecimentos por música clássica e o expectador vaga pela cena em uma experiência sensorial única que lembra o efeito conseguido por César Charlone na cena da galinha em “Cidade de Deus” (2003). Nestes instantes, nos vemos na cabeça do protagonista e a realidade se distorce pela emoção do personagem, não de forma a distanciar-se dela, mas de aprofundar a relação do expectador com o que está acontecendo. O fascinante jogo de cor e som não é mera demonstração masturbatória de técnica, como as piruetas de Sandra Bullock em “Gravidade”, mas sim, uma forma inteligente de conectar o expectador ao que realmente importa: o complexo, vivo, humano, autobiográfico, representativo e único, Chiron. 



ARCABOUÇO ACADÊMICO | SEMINÁRIO

Seminários Pós-Docs CENTRO DE ESTUDOS DA METRÓPOLE (CEM/Cepid)

"Complexidade Socioespacial e Subjetividades Emergentes na Periferia Urbana", por Matthew Richmond

O pesquisador Matthew Richmond, quem realiza o seu pós-doutorado no CEM/Cepid, realiza no final da tarde do dia 3 de maio a apresentação "Complexidade Socioespacial e Subjetividades Emergentes na Periferia Urbana". O evento integra a série de seminários CEM realizados por pesquisadores pós-doutorandos e acontecerá na Cidade Universitária-Campus Butanã, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Prédio da Filosofia e das Ciências Sociais, Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Sala 8.

Resumo: Durante as últimas duas décadas as periferias urbanas do Brasil têm se tornado cada vez mais socialmente heterogêneas e espacialmente complexas. Essas tendências se devem às transformações sociais e econômicas estruturais, à implementação de diversas políticas públicas oriundas de diferentes níveis de governo, e à influência crescente de uma gama de atores não estatais, como as ONGs, as igrejas, os movimentos sociais e culturais, e os grupos armados. Apresentando os resultados de uma pesquisa etnográfica realizada num bairro periférico da Zona Leste de São Paulo, este seminário pretende explorar a questão de como a formação de subjetividade dos moradores periféricos se desdobra no contexto de tal complexidade socioespacial.

Biografia de Matthew Richmond: Pós-doutorando no CEM, com bolsa da FAPESP. Ele é PhD em Geografia pelo King’s College de Londres, com mestrado em Ciências Sociais pela University of Cambridge e graduação em História, pela London School of Economics. Também trabalhou por dois anos como Consultor de políticas públicas urbanas no Reino Unido. Sua área de pesquisa abrange a governança urbana, as dinâmicas de transformação social e econômica, e a formação de subjetividades nas metrópoles contemporâneas.


Quando? Quarta, 03/05/2017 das 17h30 às 19h30
Onde: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Prédio da Filosofia e das Ciências Sociais
Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária
Sala 8, andar térreo.
ARCABOUÇO ACADÊMICO | CHAMADA DE ARTIGOS

A revista interdisciplinar Cadernos Prolam/USP – Brazilian Journal of Latin American Studies – é a publicação semestral do Programa Interunidades em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo. A proposta da publicação é congregar trabalhos de excelência de pesquisadores de todo o mundo interessados nos problemas latino-americanos. A revista se propõe a dialogar com todos os campos das humanidades e tem como conceito organizador a política pública latino-americana, em torno do qual se encaixam os diferentes enfoques disciplinares.

Receberão artigos até o dia 30 de junho de 2017, que serão avaliados às cegas pelos pares e, se aprovados forem, serão publicados na edição do segundo semestre de 2017.

Os artigos devem ter de quinze a vinte laudas escritas em espaçamento simples, fonte times new roman de tamanho 12 e margens de três centímetros em todos os lados.

Os artigos podem ser escritos em espanhol, português, inglês e francês. É importante lembrar que todos os artigos devem ser acompanhados de uma versão do título em inglês. O resumo deve conter no máximo cem palavras, com o seu equivalente em inglês e três palavras chave, no idioma do artigo e também em inglês.

A identificação dos autores deve ser breve e conter dados de afiliação institucional, endereço da instituição (país, província ou estado e cidade) e correio eletrônico.

Os artigos devem ser referentes a qualquer país latino-americano e, preferencialmente, tratar de análises comparativas entre esses países, como determina a proposta do Programa.


Prazo para submissão:30/06/17

Os textos devem ser submetidos pelo link:
http://www.revistas.usp.br/prolam.
ARCABOUÇO ACADÊMICO | CHAMADA DE ARTIGOS "150 ANOS d'O CAPITAL"

A Verinotio - Revista on-line de Filosofia e Ciências Humanas é uma publicação de caráter científico-acadêmico, com concentração em particular na reflexão filosófica de rigor e de talhe crítico, bem como faz interlocução permanente com os demais conhecimentos da área de humanidades, artes e da cientificidade de ponta.

É possível colaborar com artigos, resenhas, ensaios, traduções, resumo de teses e dissertações, desde que as contribuições estejam adequadas às nossas NORMAS DE EDIÇÃO e sejam submetidas à apreciação de Comissão Editorial.

Prazo para submissão: 28/08/17. A revista também recebe artigos em fluxo contínuo.

Os textos devem ser submetidos pelo link: http://www.verinotio.org/sistema/index.php/revista/about/submissions#onlineSubmissions
Diretrizes para Autores: http://www.verinotio.org/sistema/index.php/revista/about/submissions#authorGuidelines



segunda-feira, 10 de abril de 2017

TUTORIA, MONITORIA, HORA DA REVISÃO? QUAL A DIFERENÇA?


Para além das aulas, leituras e trabalhos que fazem parte do curso de Sociologia e Política, toda ajuda é bem-vinda aos estudantes para que consigam progredir nos estudos e ampliar seus conhecimentos. 

Neste sentido, existe um aparato complementar disponível na ESP que se divide em: Tutoria, Monitoria, e a Hora da Revisão. A ideia aqui é explicar as diferenças para que alunas e alunos possam se organizar e aproveitar melhor estas iniciativas.


Tutoria 


Na Tutoria, o auxílio é de estudante para estudante. Aqueles estudantes que têm mais facilidade nas disciplinas se tornam tutores, e auxiliam aqueles que estão com mais dificuldades, as tutoradas e tutorados, ao longo do semestre.

Aqui se encaixa o PTV – Programa de Tutoria Voluntária que a Monitoria Científica organiza todo semestre, e que recebeu inscrições em março. As/Os estudantes inscritos já estão realizando as atividades, que podem ser em forma de aula, bate-papo... sempre organizado entre as/os estudantes, ou seja, não precisa de aval nem orientação de docentes na disciplina.

Aqueles que possuem facilidade com Sociologia auxiliam aqueles estudantes que têm dificuldade em Sociologia; aqueles que possuem facilidade em Ciência Política auxiliam aqueles estudantes que têm dificuldade em Ciência Política, e por aí vai.

*Vale como Atividade Complementar


Hora da Revisão

A “Hora da Revisão” também é um auxílio de estudante para estudante, entretanto, o objetivo é oferecer uma revisão pontual e oportuna para as provas, pensando principalmente nas alunas e alunos do primeiro ano que ainda estão se familiarizando com os métodos de avaliação. 

Quem organiza a “Hora da Revisão” é o CAFFESP – Centro Acadêmico Florestan Fernandes à medida que as provas forem se aproximando. Não é necessário inscrição, é só procurar o pessoal e programar tudo.


Monitoria

Já a Monitoria, é desenvolvida entre estudante e professor. Ideal para alunas e alunos que tenham como foco o exercício da docência e desejam seguir na carreira acadêmica após a conclusão do curso. 

A primeira atitude deve ser conversar com a/o docente que ministre a disciplina de interesse, e então, havendo o aceite, o programa da monitoria será definido diretamente com a/o professor.

A/o estudante poderá auxiliar a/o professor em diversas atividades como: ministrar aulas, organizar trabalhos e atividades extra sala, realizar plantão de dúvidas, etc... 

*Vale como Atividade Complementar e pode ser incluído no Currículo Lattes.


Monitoria Científica

Concluindo, ainda tem a Monitoria Científica, que também visa uma relação entre estudantes, e está ligada à Coordenação do curso. Tem como objetivo estreitar a comunicação entre os membros da comunidade acadêmica e demais interessados. 

Ou seja, não está ligada a nenhuma disciplina específica, pois procura aproximar e informar as/os estudantes sobre eventos e atividades do universo acadêmico das Ciências Sociais, como cursos, palestras, seminários, tanto da ESP como demais instituições. Para tanto, a/o monitor organiza os boletins, a página do Facebook e do Blog. 

Outra função também é a participação como editor-assistente na Revista Alabastro.

O processo de seleção da/do estudante para a Monitoria Científica ocorre no final do ano, e as atividades são desenvolvidas ao longo de todo ano letivo.

*Vale como Atividade Complementar e pode ser incluído no Currículo Lattes.


Os certificados de participação de Atividades Complementares em cada programa são emitidos pela Secretaria. Mais informações sobre Atividades Complementares acesse aqui.


Se ainda ficou alguma dúvida ou está com a alguma dificuldade, o e-mail da Monitoria Científica é espmonitoria@gmail.com.

terça-feira, 4 de abril de 2017

COLUNA | CONTEXTO

A exclusão por trás da Reforma da Previdência 
por Gabriel Carvalho e Jéssica Cardoso

Uma série de dúvidas pairam em torno da proposta do governo para reforma da previdência. Com a difusão de tantas informações através das redes sociais é comum ouvir sobre previsões apocalípticas e rombos econômicos absurdos, mas até que ponto isso é verdade?

http://plataformapoliticasocial.com.br/wp-content/uploads/2017/02/Previdencia_Doc_Sintese.pdfNo dia 22 de março o Prof. Dr. Eduardo Fagnani do Instituto de Economia da UNICAMP veio até a FESPSP para um bate-papo em que apresentou os resultados do estudo “Previdência: reformar para excluir?” publicado pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, em que desmistifica diversas destas suposições e esclarece outras dúvidas. 

A reforma realmente vai dificultar a aposentadoria? No novo cenário, além da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, é necessário a contribuição por 49 anos para a aposentadoria total, ou 25 anos para a parcial. O Prof. alerta como tais mudanças estão completamente fora da realidade do mercado de trabalho brasileiro, uma vez que práticas como a alta rotatividade e o mercado informal são muito comuns, principalmente se considerar o trabalho no meio rural, o que impede as pessoas de completar todos esses anos de carteira assinada. 

A expectativa de vida do brasileiro também não condiz com essa reforma. Nos países Europeus de onde veio a inspiração do governo, a expectativa de vida da população, tanto masculina quanto feminina, é muito maior do que do nosso país, o que possibilita 65 anos como uma idade plausível para aposentadoria europeia. Contudo, apesar de a expectativa de vida do brasileiro ser de 74,4 anos, este dado esconde desigualdades e condições de vida da população: a “expectativa de vida saudável” no Brasil é de 64 anos, e em cidades como São Paulo, há bairros em que a expectativa de vida sequer chega a 60 anos - no bairro Cidade Tiradentes, Zona Leste paulistana, ela é de 54 anos.

A reforma ainda desconsidera toda a situação de desigualdade existente entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Elas trabalham mais, encaram a dupla jornada diariamente, e recebem menores salários.

Não vai apenas dificultar, como disse Fagnani: “as pessoas não vão mais se aposentar. Ponto”. Toda uma parcela da população será simplesmente excluída do sistema previdenciário.

As justificativas do governo para a reforma também são amplamente questionadas. Ele explica que o tipo de previsão feita pelo governo é incalculável e mostra como não existe base científica para alegar o tal rombo. Estimar o gasto da previdência em 40 anos mesmo que com poucas variáveis não aponta nenhuma catástrofe; ao contrário do tão divulgado déficit, o professor mostrou como nos últimos anos a seguridade social tem presenciado superávit mesmo com aumento nas exonerações e sonegações.

Outro mito que cai por terra nas mãos do economista é o que menciona o aumento da dívida pública em função dos gastos com despesa primária, que incluem a previdência, saúde, educação... Entretanto, os dados mostram que dos 10% de aumento da dívida, apenas 1,1% são relativos às despesas primárias, enquanto 8,4% refere-se aos juros do governo. Para o professor o problema não é o envelhecimento da população, que estaria sobrecarregando o sistema previdenciário, e sim, a ausência de um projeto que lide com isso. Existem alternativas, como mudar a incidência dos impostos, da base salarial para a taxação sobre a renda e riqueza financeiras. O projeto do governo não seria apenas um ajuste fiscal, e sim uma quebra com o modelo de sociedade criado pela Constituição de 1988, portanto, inconstitucional.

O estudo publicado pelo Dieese e ANFIP pode ser acessado aqui: “Previdência: reformar para excluir?”
A palestra com o Prof. Dr. Eduardo Fagnani que aconteceu na FESPS também está disponível na íntegra no youtube: "Reforma da Previdência: a quem serve?"